Notices by Artur Coelho (arturcoelho@masto.pt)

@PJFDF
Eheh, por acaso ontem à tarde lembrei-me disso. Estava a mexer num que não reconhece batería, por isso nem o cedo a alunos nem o deixo em banco de material para uso em casp de necessidade, e pensei... tenho ali uma pen com Ubuntu, why not?

(Ainda não o fiz, precisava de levar a minha mãe ao centro de saúde, deixei a experiência para a semana...)

@RuiSeabra

@RuiSeabra

Mas olha que não acho má ideia um sistema de bloqueio remoto, para garantir que em caso de extravio a máquina fique inutilizada. Estamos a gerir um bem público, faz sentido que haja mecanismos de dissuasão e punição em caso de uso indevido, senão tinhas portáteis deste projecto à venda no olx ao quilo (por acaso encontrei uma vez um, na feira da ladra...).

O problema, é que o software funciona mal, a empresa que o desenvolveu nem é responsabilizada.

@PJFDF

@RuiSeabra vejo mais como ransomware - se quem contratou este serviço futuramente mudar de ideias, fica com o parque de computadores paralisado.

Um dos cancros do meu dia a dia, constante e sem resolução. Apresento-vos o sistema Cuco, pensado para gestão e bloqueio remoto de dispositivos de uma organização em caso de extravio e uso indevido.

A ideia faz sentido, ter mecanismos que garantam que se um computador for roubado ou extraviado, deixa de poder ser usado.

O problema, é que a implementação é problemática e o software está cheio de erros.

Supostamente, este software só se deveria ativar após um pedido de bloqueio da máquina. Na verdade, ativa-se de forma quase aleatória, em parte devida a um bug.

Não há aula em que eu não tenha que ajudar um aluno a desbloquear o seu computador, e demasiadas vezes ouço-os dizer "mas professor, em casa o meu pai desbloqueou, como é que está outra vez assim!", ou são alunos que poucos dias antes, comigo, desbloquearam e correram o utilitário que supostamente corrige os erros do Cuco.

"Não se pode contar com os computadores dos miúdos", dizem-me, em conversa, os professores do 1º ciclo. "Sempre que se pedem computadores para as atividades, aparecem logo quatro ou cinco bloquados. Desbloqueamos e no dia seguinte, estão outra vez com o Cuco".

A esmagadora maioria do milhão e tal de computadores do programa Escola Digital veio com este software defeituoso embutido no sistema, um cancro durante a vida do computador.

Para mais, há um curioso lado de malware neste sistema supostamente benéfico. No ano passado, houve uma epidemia de ativações cuco a afetar computadores de alunos, professores e setor administrativo.

A razão? O ministério da educação não pagou a tempo a renovação do licenciamento do software...

Sempre que questionamos o ministério sobre este desastre, respondem com um encolher de ombros, apontando o site onde se pode proceder ao desbloqueio.

Só que isto não é algo que aconteça raramente.

É constante, e recorrente.

Num país normal os responsáveis por esta aberração já teriam sido responsabilizados.

Em Portugal?

O Observador tece loas à empresa spin-off da Universidade de Aveiro que criou este sistema, elogiando a tecnologia e o seu impacto.

Há cenas que nem inventadas...

Sempre que vejo o ar triste de mais um aluno cujo computador se bloqueia sem razão aparente, comprovo a excelência desta tecnologia,

https://observador.pt/2025/02/05/bloqueador-de-computadores-da-universidade-de-aveiro-chega-a-escolas-do-pais/

@RuiSeabra @arturcoelho E não será remotamente? Tenho de investigar, comparar os pcs escola digital com máquinas limpas que tenho. Não sabia que o fortinet se instalava no equipamento.

@RuiSeabra @arturcoelho Ok, essa vais ter de me explicar...

Tens uma aluna muito dotada e energética, que já acabou todos os trabalhos e devorou os desafios de programação do code.org. Bem, vamos instalar o Thonny e começar a experimentar projetos com Python, proponho.

O problema surgiu quando tentámos descarregar a partir do Github. A rede wifi da escola, gerida pelo ministério, bloqueia o acesso ao Github...

O porquê disto ultrapassa-me de todo. Percebo bloqueios a redes sociais ou jogos, afinal é uma rede de trabalho. Mas o github?

@joaopinheiro

Não é bem falta de investimento, mas sim investimento mal feito. É bonita e romântica a ideia de dar um computador a cada aluno, mas quando vês como funciona na prática, percebes que está fundamentalmente errada.

E não podes ter um sistema de provas e exames instável, a funcionar na base do desenrasque, a usar meios inconstantes. Tem de ser previsível e tabula rasa, para garantir igualdade.

@DiogoConstantino @jt_rebelo

"E quanto é que ganhas como formador", pergunta-me o meu colega zamorano, "nós é 60€ por hora, e achamos pouco, há comunidades como Madrid onde se recebe 100€".

Cai-me o queixo. 35, respondo, e o meu colega de escola e desafios português corrobora. É a nossa tabela.

Mais à frente, a conversa segue para modelos de formação, presencial, online e b-learning. "São cerca de 1200€ para construires os materiais para um curso online, e pagam para corrigir os trabalhos individuais dos formandos".

Começo a fazer contas de cabeça. Combustível e portagens a subtrair a rendimentos. Hmm. Pego na garrafa, encho os copos e comento que seria uma excelente ideia aprofundar a nossa parceria internacional...

Piadas à parte, sempre que tenho estas conversas percebo melhor até que ponto o sistema laboral português está optimizado para extrair o máximo de esforço dos trabalhadores, em troca de um mínimo de recompensa.

@RuiSeabra deixa-me adivinhar: nao vives sem um mapa em papel?

(Eu em viagem tenho sempre isso de reserva. Os mapas de papel não ficam sem bateria nem perdem a conectividade).

The future is so bright, I gotta wear shades. Pontuei, se a matemática não me falha, um valor inteiro que está à direita do -1 e à esquerda do 1.

Tpc: hora de revisão final do novo livrinho.

Não é muito grande, deu trabalho, foi divertido, e espero que se divirtam com ele.

Mete código, hardware, e até agulha e linhas.

Aliás, o que quero mesmo é que peguem nestas ideias e as adaptem da maneira que quiserem. Seguir receitas não é divertido.

#books #bookstodon #education

@RuiSeabra @DiogoConstantino o real problema aqui não é o dinheiro gasto, é o design by gabinete de projetos educativos, a ideia que todos fazem as mesmas coisas com os mesmos materiais. Se eu fosse professor de informática no secundário, com profissionais e robótica, estaria a salivar com as possibilidades do material de eletrónica que recebi. Mas ao meu nível, aquilo é inútil.

Excepção feita para os robots da texas instruments. Aquilo é totalmente inútil para todos.

@RuiSeabra PRR. Nada como ver fundos europeus a garantir a margem de lucro de empresas chinesas e americanas. Para ser justo, na electrónica low cost é difícil escapar ao made in china, mas há o interessante made in china, caso da SEEED Studios, e o resto, até nas placas arduino levámos com shanzai. Porque nao vale a pena investir em genuinos europeus...

1/ Devia estar contente. Dentro destas palettes, acabadinhas de cair na minha escola, está material para o projeto LEDs - Laboratórios de Educação Digital. Parece uma maravilha, todas as escolas recebem impressoras 3D, kits arduino/raspberry pi com extensão IoT, material de vídeo profissional, pacotes de sensores, etc.

Mas não estou contente. Na verdade, o conteúdo destes pacotes tem muito pouca utilidade. Foi feita à medida de pedagogia de gabinete, sem escutar os professores.