há questões bem interessante de perímetros de direito e autonomia aí. eu gosto de pensar nos meus computadores como extensões do meu ser, do meu pensamento, especialmente da minha memória.
seria razoável alguém querer remover lembranças suas de minha memória? não consigo reagir a essa ideia senão com horror.
pois então, se eu quisesse usar meu servidor no fediverso como registro permanente de todas as interações que eu já presenciei, parece-me até cabível que alguém pudesse reclamar se um pôste removido ainda fosse visível para terceiros, mas se quisesse me obrigar a apagá-lo de modo que já não fosse mais visível nem para mim, o mesmo sentimento de horror tomaria conta de mim
eu entendo que leis têm surgido tomando o partido do referente da memória, em detrimento do possuidor da memória, e considero esse tipo de legislação bastante ameaçadora, pois vai na mesma linha problemática do direito autoral e das patentes, de conferir a terceiros poder de controlar a vida alheia, minar a autonomia e exercitar autoritarismo sob pretexto de uma propriedade imaginária.
entendo também que é uma resposta a abusos do outro lado, mas tenho algum desconforto com a resposta da sociedade a esse problema que cria um problemão fomentando autoritarismo para tentar solucionar outro. precisa haver uma forma melhor de lidar com isso que não dê tanto espaço para abusos de nenhum dos lados, que respeite consentimento mas também respeite o direito à memória.
mas é claro que ele não impôs bloqueios aos cartões do xandão pra minar o pix
tiros no pé não costumam ser de propósito
ele só não percebeu, ou resolveu fazer que não percebeu, que a estratégia para levar avante um pleito seria detrimental para outro
da mesma forma que, ao atacar as exportações brasileiras e tarifar as carnes, ele acaba deixando a carne mais barata aqui, o que aumenta a popularidade do lula. vai acabar fortalecendo as chances de lula ser reeleito, que é bem o contrário do que o trump queria
com todas as contradições entre seus apoiadores, e até entre as ideias que ele defende, muito do que ele faz acaba sendo tiro no pé. até aí, restaria a nós só comemorar as trapalhadas desse mau jogador de xadrez 4D.
o problema é que o tiro no pé dele "respinga" em volta, faz vítimas que não mereciam. aí é pra lamentar e enfrentar pra tentar fazê-lo parar de prejudicar quem não merece, nem cá nem lá.
a lógica do pato donaldo é incomparável. quer enfraquecer ou até acabar com o Pix, e por isso mostra que pode cortar arbitrariamente os meios de pagamento controlados por sua jurisdição, vitimando quem quiser. e aí escolhe como vítima exemplar uma pessoa de altíssima visibilidade, que é pra garantir que ninguém mais daqui vai confiar no meio de pagamento deles, e vai dar preferência pro Pix. é isso, produção?
então deixa ver se entendi: vai tarifar carne e café lá, então fica mais caro pra eles. resultado: vão importar menos. vai aumentar a oferta aqui, então fica mais barato pra nós. é isso, produção?
não teve um candidato na corrida presidencial brasileira que prometeu churrasco mais barato pros brasileiros? vai cumprir com ajuda do pato donald, será?
por que você foge tanto do assunto? é medo de confrontar os fatos da situação real da qual falávamos?
não estamos falando desse sistema hipotético com um minit. se você o construísse, presumivelmente o chamaria pelo nome que quisesse, e, pelo seu comportamento até aqui, chegaria a afirmar ter criado um sistema operacional só seu. porque é essa mesma lógica que aplica ao chamar de Linux a combinação 90% GNU 10% Linux só porque Linux foi a última peça do quebra-cabeça
quando alguém instala um LibreOffice ou MS-Office em cima do Windows, não muda o nome do sistema operacional, muda? por que, no caso do GNU, mudaria? não estamos falando de nomes de distros, nem de conjuntos de programas aplicativos, mas do sistema operacional resultante da combinação de um núcleo, que segundo seu próprio autor, sozinho não faz nada e precisa(va) do GNU, com esse mesmo GNU no qual ele foi feito para se encaixar perfeitamente
é divertido como pessoas que querem deixar de dar nome aos bois (ou, no caso, ao GNU) parece que seguem uma cartilha, não há sequer criatividade nos argumentos. cada um deles já foi explorado à exaustão e está catalogado em http://www.gnu.org/gnu/gnu-linux-faq.html
a conversa podia ser que nem as reuniões daquele clube dos piadistas da piada, em que eles contavam as piadas só dizendo os números do catálogo, aí cada um lembrava da piada e ria.
bom, se você quer chamar esse brinquedinho aí de sistema operacional completo, vai ser difícil construirmos um consenso. boto fé que o Prof Dr Tanenbaum que você citou tampouco concordaria com você nesse ponto.
nem o principal autor do Linux, nem o principal autor do Linux-libre acham que esses núcleos sejam sistemas operacionais completos. mas quem tem razão é alguém que acha que entendeu livros de acadêmicos focados em problemas interessantes que, via de regra, são resolvidos no núcleo.
qualquer sistema operacional moderno que se preza tem uma shell de comandos. veja lá quantas páginas o padrão POSIX (Portable Operating System Interfaces) usa para estabelecer uma base comum para a shell de comandos e os comandos disponíveis através da shell; veja quantas páginas o padrão usa para a base comum para interfaces de programação de baixo nível, tipicamente implementadas ou expostas através da libc.
veja se consegue encontrar a implementação de alguma delas, qualquer uma que seja, no programa chamado Linux.
depois procure-as no GNU para encontrar cada uma delas, e outras mais consideradas basais em sistemas operacionais modernos
alt pro pôste anterior: Lula no timão de um navio verde e amarelo, com bandeiras brasileiras e carregado de contêineres verdes e amarelos, diz "Se os americanos não querem comprar, vamos vender para a Europa e o Oriente Mèdio [sic]. Não dependemos só dos americanos." na legenda, "Lutar sempre"
o pôste me inspirou a fazer esta resposta / proposta de melhoria