Notices by Pedro (pedro@ayom.media), page 2

@aldonogueira @cochise desloca a crise de representação da esquerda para os pobres. Oculta que temos uma falsa esquerda neoliberal impostora sem interesse em mudança real. O pobre não é de direita e jessé não é de esquerda.

Acho que nem BBS precisava de link na bio. Nem Orkut, MySpace. Se pá nem flogao

tem maior prova do retrocesso tecnológico do que “link na bio”?

@helioloureiro I dont really get what you mean, this is a JOYO clone that I had and it works just fine.

ofc, if you dont have an amp with distortion (like almost every amp), i think its a great idea, just make sure it has the right wattage for your needs

me chama de colonizado mas tem algo que não aceito na nossa cultura brasileira.

marcamos um compromisso numa data pra daqui 1 semana.

chega no dia, 1 hora antes as pessoas: "E aí, vai rolar?".

tipo é tão normalizado simplesmente não aparecer no compromisso sem avisar antes que é normal ter que confirmar antes?

imagina você comprar algo na internet e o vendedor talvez entregar?
você vai casar e a pessoa conjuge talvez apareça?
um livro citar uma fonte, e talvez venha de lá mesmo a citação?

@helioloureiro probably tube screamer

@helioloureiro cheap, so old and simple that both the original from ibanez or the clones are cheap, not strong as a proper distortion, since it's an overdrive, which fits perfectly for deep purple, I believe

meu top 1 das coisas que me irritam mais do que deveriam atualmente é quando num vídeo de youtube a pessoa tem claramente um mic próximo a sua boca, mas ainda assim o som tem muito eco, denunciando que o mic selecionado pelo software é o interno do computador, e não o mic que ela preparou para captar sua voz o que pode criar um paradoxo temporal com resultados os quais podem causar uma reação em cadeia que pode desfazer o próprio tecido do continuum do espaço tempo e destruir o universo inteiro

rascunho de um ensaio de uma teoria: esquerda posicional.

somos todos a favor do capitalismo. mesmos nós de esquerda. é impossível não sermos, porquê o capitalismo é a ideologia dominante. dizer que não somos é arrogarmos a nós a capacidade um posicionamento fora da ideologia, o que não se sustenta.

o capitalismo se sustenta porquê nos serve pra alguma coisa. não é possível se separar dessa ideologia sem antes reconhecer qual o ganho que ela nos traz?

Se tem uma coisa que ninguém aceita em arte é aquilo que aparece como sinal de preguiça do artista.

porquê usar uma afinação de guitarra diferente da padrão (EADGBE)?

respondendo de forma simples: porquê ela sacrifica muita coisa. em nome de algo importante mas que pode ser resolvido de outras formas.

primeiro: sacrifica o quê?

1. Se tocar todas as notas soltas, é um acorde quartal (Em11), o qual você provavelmente nunca usou e nunca vai usar (a menos que vá tocar So What do Miles Davis, é exatamente ele rs).

Muitos instrumentos soam belos naturalmente, sem esforço, como a kalimba por ex.

inteligência e criatividade são dois temas falados de uma forma muito errada… eu suspeito…

são tratados como dados numa escala. como se pudéssemos dizer de alguém como sendo mais ou menos inteligente ou mais ou menos criativo, como quem fala de um carro como sendo mais ou menos rápido.

tem algo errado…

talvez porquê quando se fala da inteligência, se diga justamente do imprevisível, diferente de um carro, que quando é mais rápido sabemos no que isso implica.

@felipesiles e novamente quando bebop começa a ser incorporado e se tornar parte da música branca, já tem miles davis e john coltrane fazendo jazz modal. e antes dele se tornar popular. aí vem a invasão britânica dos beatles e afins, que soterram a dominação do mercado pelos negros com o jazz, funk e R&B, e aí vem o miles e resolve chamar rapazes jovens do rock e inventa o fusion e o ornette coleman criando o free jazz, que basicamente norteiam o rock progressivo dos anos 70

@felipesiles e miles declara que o jazz está morto. e então o jazz se torna currículo em grandes escolas de música como berkeley e julliard. E os negros estão fazendo o que? Rap. É um movimento constante, onde a branquitude (enquanto um modelo de sociedade) primeiro se enoja com a cultura dos garotos e garotas negras e depois fica obsecada em dissecar cada detalhe de forma teórica de modo a construir um curso caro para meninos brancos reproduzirem.

@felipesiles e os meninos brancos reproduzem aquilo de forma completamente destituída da cultura que criou aquilo. e transformam numa corrida fálica, onde é sempre sobre ser O melhor. O mundo da música é maduro feito uma quinta série.

@yzakius @felipesiles sim, eu peguei da psicanálise. o falo não enquanto pênis, mas enquanto aquilo que dá consistência física, material, ao desejo do outro, que se expressa de maneira binária enquanto presença ou ausência. em outras palavras, ou venceu ou não venceu. ou é o foda, ou não é o foda. ou é o melhor ou não é. etc. a lógica fálica é a da comparação. de quem tem o maior, de quem é mais foda, de quem é mais inteligente. mais popular, mais bonito, e no fim das contas, mais desejado.

@yzakius @felipesiles no fim das contas os computadores operam numa lógica fálica, a lógica clássica é fálica. a argumentação baseada em lógica portanto é fálica. portando quem é governado pela lógica, racionalidade, etc, é todo fálico. Lacan no seminário 20 então traz a lógica não-toda fálica, que explicaria o que ele considera ser a dimensão do feminino, que nada tem de biológico, mas que tem a ver com a inscrição não totalmente circunscrita no campo fálico, da linguagem.

O real problema não é a apropriação cultural de uma arte, aqui no caso o Blues, mas sim a sua submissão à um modo de produção fálico, ou seja, uma via sublimatória da angústia descaracterizada, dissecada, tal qual uma rã, uma pobre rã, para que jovens garotos brancos possam vender cursos e masterclass ensinando a nós, negros, como tocar do blues do jeito certo, do alto de seus topetes cafonas e seus licks sem alma. Eu quero dar uma pedrada em cada que fala em John Mayer. Cafonice que dói.

@felipesiles isso não é a toa. a branquitude se faz pela inscrição numa regra, criando assim a negritude, que se faz pela não inscrição à regra (a de ser branco). ou seja, a branquitude é constituída justamente por uma constante codificação de tudo que ainda não foi codificado. isso faz com o que a cultura apropriada pelo branco esteja sempre à um certo delay, que é o que justamente caracteriza o cafona (aquele que está pra trás do movimento do novo)

@felipesiles então por exemplo, quando músicos negros usavam blue notes, acrescentando terças e sétimas menores onde "não deviam", ou seja, se fora-screvendo na lei (inventei aqui, seria contrário de inscrevendo), os músicos brancos ouviam isso e achavam um horror.
aí passam se os anos, até isso ser incorporado pela teoria musical dos brancos e do porquê faz sentido, etc, etc, e os branquinhos estudando isso na escola, pros negros já ficou old, já temos bird (parker) e gillespie criando o bebop