A cabeça de porco real tem um elemento mórbido que acho que nunca vi nas provocações de torcida. A imprensa repetindo a cena e exibindo a cabeça morta no campo refaz o ato, a provocação e a morbidez
@Roneyb sim, é bom lembrar que somos animais. Mas o comportamento, pra nós e pra eles, é dado por uma relação complexa com o ambiente, que inclui o simbólico. E o nosso é bem complexo.
No episódio do mito, eles tentaram "explicar a diferença do cérebro de direita e de esquerda", o que é bem zoado. E fizeram isso usando praticamente só falas do behaviorismo
@Roneyb o que estou chamando de sociobiologia rasteira é essa insistência em procurar no comportamento animal "razões profundas" do comportamento humano. é um pensamento bem senso comum, pq é simplista. no Escafandro isso apareceu muito num episódio em que eles discutem "pq votam no mito?". Eu até destrinchei os erros e a estrutura do episódio com os alunos. Não é sempre que esse simplismo aparece ou atrapalha, mas como venho de uma outra tradição me incomoda muito (e acho destoante com o posicionamento político do programa)
Eu gosto bastante do Rádio Escafandro. Tava ouvindo agora o episódio deles sobre fisiculturismo que é excelente. Além do tema, acaba explicando um pouco o que é a etnografia e algumas questões do trabalho de campo.
Mas pô, que tara que eles têm pela sociobiologia das mais rasteiras... Até quando entrevista antropólogo arrumam um jeito de colocar as teses mais toscas lá
Junto com o @samadeu , estou coordenando um GT na Anpocs (a assoc de ciências sociais), sobre IA, cultura e poder. Impressionante como tem coisa interessante (tô lendo agora uns papers sobre IA e ciência comportamental)
Eu acho o conceito de poder instrumentário, da Zuboff, um dos mais interessantes para se pensar o poder na era do capitalismo de vigilância. Infelizmente é pouco debatido em suas implicações (e nas críticas que também merece)
Tenho tentado fazer esse debate e esse texto aqui, com o camarada de Lavits Alcides Peron, é a mais recente tentativa. Vem de um incômodo dele sobre como o conceito "suaviza" uma violência que é muito real, em especial no Sul Global. Discutimos muito reconhecimento facial (#AFR) também