A expressão "dá trabalho" é interessante porque se organizar realmente dá trabalho, pelo simples motivo de que a função de todo e qualquer trabalho é a redução da entropia, ou seja, organizar. Mas há aí o paradoxo: ao mesmo tempo que reduz a entropia de um lugar (neguentropia) aumenta a do outro. O trabalho "expulsa" a entropia de um lado mandando-a para outro. No entanto, graças a 2a lei da termodinâmica, fica sempre um saldo maior de entropia do que de neguentropia.
O marxismo tem sua própria perspectiva para falar das questões de classe, cor, gênero e etnia, como no discurso interseccional. Por outro lado, podemos falar sobre essas questões, sem prejuízo do marxismo, como sobre nossos "atravessamentos" e "encruzamentos". O corpo como lugar do cruzo de classe, cor, gênero e etnia. Tema para mais um ensaio.
Enquanto a ultra-esquerda não "crioulizar" o marxismo-leninismo, não tem a menor chance se ser compreendida pelas classes populares. Foi o que fez Mao na China, ao virar o marxismo-leninismo ao avesso, falando para os militantes irem às massas não para ensinar mas para aprender. A Revolução Cultural foi exatamente isso. Aqui no Brasil, o único que defendeu isso foi Paulo Freire. Lula já faz isso naturalmente.
O título do filme de Petra Costa literalmente "tropicaliza" o apocalipse, coloca a guerra dos nossos dias no caldeirão fervente dos trópicos. No entanto, paradoxalmente ("a democracia é paradoxal"), faz isso com suavidade espantosa. Responde a truculência com delicadeza. Exatamente o que um cristão deveria fazer.
Três impressões imediatas do filme de Petra: 1- o título é um achado; 2 - a vitória de Lula foi um milagre; 3- o fim do filme (sem spoiler) é maravilhoso.
As redes sociais federadas permitem um controle humano das conversas sem o uso de algoritmos proprietários e opacos. No entanto, a moderação de conteúdo nessas redes não é tão complicado quanto nas mídias privadas concentradoras. No fediverso, é a prática da curadoria que se torna mais crucial.
Começando a ver e me deparando com o envelhecimento que não é só dos personagens e atores, mas meu também, pois tenho a mesma idade dos atores mais jovens em 1990.
Ele foi um dos que mais contribuiu para essa "crise de civilidade", porque a Lavajato foi quem iniciou a corrosão absoluta da política brasileira e ele foi um de seus maiores apoiadores. Sem Lavajato não teria ocorrido o Golpe, sem o Golpe não haveria Temer, sem Temer Lula não seria preso e Bolsonaro não seria eleito.
Engenheiro Eletricista de TIC interessado por cibernética, ficção científica, política e cinema. Curadoria do cotidiano e análises da conjuntura. Autor de Fábulas da Ciência (ed. Gramma,2021), Teoria Geral dos Aparelhos (Caravana, 2024) e do blog Resenha Cibernética (WordPress). Convivialista. Botafoguense. Praticante de capoeira e yoga. Cis. Nascido e criado na Guanabara. Avatar criado por Cynthia Dornelles. Imagem de capa: livro Teoria Geral dos Aparelhos (Caravana, 2024), do autor. #fedi22