Tava matutando uma solução de formulário pra avaliação institucional e me dei conta que estava gastando energia e pensamento analítico não para solucionar os requisitos do problema, mas para viabilizar solução de contorno que garanta a autenticação dos respondentes, sendo que as respostas são feitas num Google Forms o que, aparentemente, é impossível dadas as limitações desta ferramenta/enjambração.
A solução ideal seria implementar ou reutilizar uma ferramenta própria para autoavaliação.
Mas essa opção é inviável, não por questões técnicas, sim pelo grau alienação e colonialismo.
De um lado, temos a fetichização da solução Google, que seria "mais confiável", "mais amigável", "mais acessível", mais tudo.
De outro lado, temos a paranóia com a ideia de desenvolver ou reutilizar uma solução autoral. Afinal, "quem vai dar manutenção ", "não temos pessoal suficiente pra criar e manter", "não vai ficar seguro", "não dá tempo "...
Enfim, o Colonialismo Digital.
Não é sobre código aberto, é sobre mentes fechadas.
PEREIRA, Ronaldo Marcos de Lima; DA CRUZ, Mônica Ribeiro da Silva. Educação profissional e tecnológica e desenvolvimento territorial: aproximações e potencialidades. In: Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 3, n. 8, 2019.
SETO, Fábio. Tecnologia da Informação e Imaginários no Sul Global. Tese (Doutorado em Ciência da Informação), IBICT/UFRJ, 2024.
Por Tiago Juliano Ferreira Profissional de TI, pesquisador e trabalhador da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT)
Institutos Federais e Soberania Digital: o que a TI tem a ver com o povo e os territórios?
Ao fortalecer sua presença nos territórios e sua institucionalidade em rede, os Institutos Federais podem construir soluções digitais com, e para, as camadas populares — mas para isso, é preciso disputar o sentido da TI nas instituições.
Referências ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.
BENTES, Ivana. O desmonte dos direitos e o futuro da cultura digital no Brasil. In: LOGEION: Filosofia da Informação, v. 9, n. 1, 2022.
FERREIRA, Tiago. Trabalho educativo em plataformas: a atuação de criadores de conteúdo em TI nas mídias sociais e as possibilidades de aproximação com a RFEPCT à luz da Pedagogia Histórico-Crítica. Dissertação (Mestrado Profissional), ProfEPT – IFSC, 2025.
HUI, Yuk. On the Existence of Digital Objects. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2016.
PACHECO, Eliezer. Formação humana integral e educação profissional integrada: elementos para a construção de uma proposta política e pedagógica. Brasília: SETEC/MEC, 2012.
A TI nos IFs não pode continuar sendo gerida como um recurso técnico-administrativo a ser otimizado. Ela deve ser assumida como dimensão estratégica do projeto político-pedagógico institucional. Isso exige:
Descentralização real das equipes de TI e dos processos de decisão; Reconhecimento dos campi como sujeitos produtores de tecnologia; Fomento a parcerias com coletivos, movimentos sociais, universidades, organizações comunitárias; Criação de repositórios, plataformas e sistemas públicos, interoperáveis, acessíveis e abertos, com governança local.
Em tempos de vigilância algorítmica, plataformização da educação e exclusão digital, os Institutos Federais são espaços públicos que pertencem ao povo, com a tarefa histórica de formar os trabalhadores com base nos seus interesses de classe — inclusive no que diz respeito à produção tecnológica.
A disputa pela soberania digital começa aqui: no chão da escola pública, nos laboratórios, nos coletivos de extensão, nos serviços de software livre criados por professores, técnicos e estudantes que recusam a colonização digital e escolhem construir alternativas desde os territórios.
A resposta passa por romper com a lógica de que a tecnologia deve ser uniforme, homogênea e gerida por um único centro. Ao contrário, precisamos construir uma institucionalidade que reconheça a tecnodiversidade (Yuk Hui) como princípio: cada território tem suas racionalidades, e cada campus tem o direito de produzir tecnologia a partir delas.
Ao fazer isso, os IFs não apenas fortalecem sua missão legal — promover ensino, pesquisa e extensão articulados ao desenvolvimento regional — como também constroem infraestruturas digitais públicas, coletivas e democráticas, que escapam à lógica das plataformas privadas. Ou seja: exercem soberania digital desde os territórios, junto às camadas populares que historicamente foram excluídas das decisões sobre tecnologia.
Para isso, é preciso disputar a TI como projeto político A TI nos IFs não pode continuar sendo gerida como um recurso técnico-administrativo a ser otimizado. Ela deve ser assumida como dimensão estratégica do projeto político-pedagógico institucional. Isso exige:
O resultado é um deslocamento do potencial formativo e transformador da tecnologia para o plano da burocracia. Ao invés de apoiar a criação de soluções contextualizadas, integradas ao cotidiano pedagógico e aos projetos de extensão, a TI vira um departamento instrumentalizado à eficiência gerencial, descolada das realidades sociais dos territórios.
Mas os Institutos Federais são, por natureza, instituições territorializadas e em rede, e é a partir desse desenho que podem se tornar protagonistas de um novo projeto de soberania digital popular.
Soluções digitais territorializadas como política pública Em cada campus há comunidades com demandas concretas. Há estudantes que vivenciam desigualdades digitais. Há professores e técnicos com saberes e vínculos com a realidade local. Há experiências acumuladas em projetos de software livre, em parcerias com movimentos sociais, em cursos que se articulam com os arranjos regionais. Há vida pedagógica pulsante.
A pergunta é: por que as soluções digitais produzidas nesses espaços não são reconhecidas como estratégicas para a Rede?
É ali, e não em estruturas burocráticas distantes, que a educação, a pesquisa e a extensão acontecem.
Contudo, há uma disputa simbólica e política sobre o que é — e para quem serve — um Instituto Federal. De um lado, a realidade concreta dos campi, com seu chão de escola, seus limites orçamentários, seus vínculos com os arranjos produtivos, sociais e culturais locais. De outro, a racionalidade da gestão centralizada, que sustenta a figura de um “IF idealizado”, muitas vezes voltado à produção de indicadores, à homogeneização institucional e à reprodução de um modelo de controle verticalizado — inclusive sobre a TI.
É nesse ponto que a reflexão sobre a soberania digital nos IFs se torna urgente.
A disputa pelo sentido da TI Nas últimas décadas, a TI nos IFs foi progressivamente absorvida por lógicas de centralização, onde a Reitoria — ou setores equivalentes — assumem o protagonismo sobre decisões técnicas e estratégicas. Essa centralização frequentemente marginaliza os campi, reduzindo suas equipes a meras operadoras de infraestrutura básica.
Institutos Federais e Soberania Digital: uma disputa de sentido na área de TI na rede federal Ao fortalecer sua presença nos territórios e sua institucionalidade em rede, os Institutos Federais podem construir soluções digitais com, e para, os territórios — mas para isso, é preciso disputar o sentido da TI nas instituições.
Em um cenário em que os fluxos digitais se concentram sob o controle das grandes corporações, pensar soberania digital significa, antes de tudo, decidir quem define os rumos da tecnologia — e com quais interesses. Essa pergunta não pode ser ignorada pelos Institutos Federais (IFs), especialmente quando o tema é a Tecnologia da Informação (TI) e seu papel no projeto institucional da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
O projeto dos IFs tem origem em um compromisso radical com a formação dos trabalhadores, a partir dos interesses dos trabalhadores, e não das empresas. Em sua materialidade, o “Instituto Federal concreto” está povoado por estudantes e educadores, ancorado nos territórios e envolto nos desafios de acesso, permanência e transformação da realidade social.
O Brasil é citado por intelectuais críticos às big techs (gigantes de tecnologia como Google e Meta) como um país historicamente mais resistente ao lobby desses gigantes corporativos que os Estados Unidos. Na base dessa imagem estão legislações de proteção de dados, a discussão do PL das fake news e também a história de um funcionário público do primeiro governo Lula que desafiou a Microsoft —companhia que, nesta quinta, ultrapassou a Apple e se transformou na empresa de maior valor no mundo. O personagem muitas vezes citado por especialistas é Sergio Amadeu, que entre 2003 e 2005 presidiu o órgão responsável pelos processos de certificação digital do governo, o ITI (Insituto Nacional de Tecnologia da Informação), ligado à Casa Civil. Professor da UFABC (Universidade Federal do ABC, em São Paulo), ele não participa do atual governo.
Será que em outros estados existe a proporção de instrumentistas fora do normal como no RS, criada em função do circuito dos festivais nativistas a partir dos anos 70?
Aloísio Rockenbach Mickel Paiva Luizinho Corrêa Neuro Jr Marcelinho Carvalho Paulinho Goulart Texo Cabral Miguel Tejera
Deepfence PacketStreamer é uma ferramenta remota de captura e coleta de pacotes de alto desempenho. Ele é usado pela plataforma de observação de segurança ThreatStryker da Deepfence para coletar tráfego de rede sob demanda de cargas de trabalho de nuvem para análise forense.
Objetivos de design primário:
Mantenha a luz, captura e fluxo, sem processamento adicional Portabilidade, funciona em máquinas virtuais, Kubernetes e AWS Fargate. Linux e Windows
Os sensores PacketStreamer são iniciados nos servidores de destino. Os sensores capturam o tráfego, aplicam filtros e, em seguida, transmitem o tráfego para um receptor central. Os fluxos de tráfego podem ser compactados e/ou criptografados usando o TLS.
O receptor PacketStreamer aceita fluxos PacketStreamer de vários sensores remotos e grava os pacotes em um arquivo de captura de pcap local
Cientista da Computação. SysAdmin. Trabalhador da Educação Pública Federal do Brasil.Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica.#Literatura #Música #Arte #Cultura #Education #Computer #Marxismo #fedi22------------------------------------------------------------------------------Computer scientist. SysAdmin. Currently working for the Federal Public Education in Brazil.Master (in progress) in Professional and Technological Education.#cyberproletariat #omnilateraleducation #marx #gramsci #engels