O resultado é um deslocamento do potencial formativo e transformador da tecnologia para o plano da burocracia. Ao invés de apoiar a criação de soluções contextualizadas, integradas ao cotidiano pedagógico e aos projetos de extensão, a TI vira um departamento instrumentalizado à eficiência gerencial, descolada das realidades sociais dos territórios.
Mas os Institutos Federais são, por natureza, instituições territorializadas e em rede, e é a partir desse desenho que podem se tornar protagonistas de um novo projeto de soberania digital popular.
Soluções digitais territorializadas como política pública
Em cada campus há comunidades com demandas concretas. Há estudantes que vivenciam desigualdades digitais. Há professores e técnicos com saberes e vínculos com a realidade local. Há experiências acumuladas em projetos de software livre, em parcerias com movimentos sociais, em cursos que se articulam com os arranjos regionais. Há vida pedagógica pulsante.
A pergunta é: por que as soluções digitais produzidas nesses espaços não são reconhecidas como estratégicas para a Rede?
(continua...)