@cientista_x , bom, pra começar, eu não acredito soluções individuais. 🙂 Acredito em iniciativas que disparem ações coletivas. E é aí que as coisas podem avançar. Além disso, autonomia não é uma coisa dada, mas sim, construída. E, de novo, coletivamente. Por isso, considero uma ilusão as pessoas acreditarem que grandes plataformas terão posturas éticas em relação às pessoas que as utilizam. O foco delas é dinheiro e não bem estar.
Por isso faço a defesa da apropriação tecnológica. Porque enquanto não entendermos como aquilo funciona, enquanto não enxergarmos caminhos e alternativas, estaremos fadados a sermos consumidos e explorados por elas. Daí a exaustão e a dependência que você citou.
Eu nem precisa ir para o jogo do tigrinho. O Instagram já faz esse estrago há bem mais tempo, gerando problemas reais de autoestima e exposição indevida há muito mais tempo. Como fazer essa virada? Não tenho resposta cravada pra isso (e nem sei se existe resposta única). Mas um caminho é apresentar outras possibilidades. Aliás, como professor, tenho clareza que o resultado do meu trabalho é sempre esse: apresentar possibilidade e fazer isso da melhor forma possível. Afinal, não tenho nenhum controle sobre que os meus alunos farão com esse conhecimento.
Não é fácil, é um trabalho ingrato, causa angústia, mas é necessário. Porque quando a gente para de defender o uso ético dessas tecnologias e brigar por isso, fecham-se as poucas portas de possibilidades de frearmos isso. Afinal, a inércia já está do lado do usos ruins.