Artigo importante do @nlpretto sobre não restringir celular por lei em escolas: "Como o celular é um poderoso computador, mais potente do que muitos disponíveis nas escolas, não utilizá-lo é um equívoco…precisamos é de #políticaspúblicas que apoiem as escolas para que possam trabalhar essas máquinas poderosas. Esse trabalho tem que passar pela compreensão crítica das relações de saber e poder do contexto tecnológico contemporâneo…"
sou muito simpático aos seus argumentos contra proibição, no paralelo tão pertinente com o combate às drogas, e às possibilidades de usos pedagógicos benéficos de computadores ultraportáteis e conectados. ainda sou fã do X0 OLPC, que muito me inspirou na concepção do (projeto 0G)[https://www.fsfla.org/~lxoliva/#0G)
mas o que concebemos hoje como celulares são máquinas de trair, distrair e contrair o potencial de concentração e reflexão, porque toda a sua concepção, da rede ao hardware e software, é voltada à colonização, ao controle, à vigilância, à exploração, com algumas migalhas de benefícios para atrair e notificações, scroll infinito e artefatos dopaminérgicos para extrair tempo de atenção e valor. parece-me irremediável.
o que vejo como solução não é dar espaço para o mercado explorador entrar, com seus equipamentos a serviço não dos usuários mas de seus modelos de negócio, mas sim a adoção de equipamentos computacionais que possam ser colocados a serviço da educação, dos usuários, sejam estudantes, professores ou instituições de ensino.
não quero com isso dizer que o caminho da regulamentação seria indesejável ou maléfico, muito pelo contrário. não há dúvidas de que a solução para o problema social mais geral apontado passa por aí.
mas não vejo que o resultado de um processo bem sucedido de regulamentação no sentido de colocar essa tecnologia a serviço da educação, pelo menos durante o período de permanência na escola, seria reconhecível como celular. seria outra coisa. e essa outra coisa seria boa, ao contrário do celular.
e, como o resultado da regulamentação seria substituir a coisa ruim para dar lugar a uma boa, isso não seria de fato regulamentação proibitiva à coisa ruim?
@lxo@gnusocial.jp@josemurilo caraissimos, boa conersa. mas, de maneira muito breve, comento um pouco sua fala, escrevendo em um... celular! insisto, meu caro @lxo@gnusocial.net, todo e qualquer material, equipamento ou o que quer que seja, será pedagógico / educacional quando um professor/a qualificado/a trabalhar com ele. Não precisam , necessariamente, ser pensados pedagógicos. Então, essas maquinas, precisam ter seus app regulamentados, aí sim, em nivel legislativo. Mas, (continuo)
@lxo@gnusocial.jp@josemurilo@lxo@gnusocial.net Mas, o seu uso e até proibição, se necessário for, tem que ser decido no interior da escola como parte do processo formativo de todos, repito, professores , gestores, todos, todos muito bem qualificados e com condições de trabalho e formação. Fora isso, só abrimos terreno para essas empresas, das grandes como Google etc, e das intermediárias, capitaneadas pelas fundações empresariais a la Todos pela Educação, Ciebs etc e tal. (cont)
@lxo@gnusocial.jp@josemurilo@lxo@gnusocial.net Ou seja, queridos parceiros de sempre boa conversa, ou iniciamos esse lento processo de revolucionar a educação, ou ficaremos fazendo remendos, com ou sem tecnologia digital, como estamos fazendo desde muito, só que agora, até os remendos estão sendo muito ruins. abração e que venha 2025 dicumforça, como dizemos aqui nq Bahia
@nlpretto@lxo@josemurilo@lxo queria contribuir, mas não consigo expressar minhas ideias usando um celular. Brincadeiras a parte acredito que restringir não é o caminho.
@oigreslima @nlpretto @luizpicolo @josemurilo
entendi, esse ponto tinha me escapado: sua posição não é contrária à proibição, é contrária à proibição vinda lá de cima. quem vai saber o que é apropriado ou não pra um determinado grupo de estudantes, a nível pedagógico, é o profissional da educação que trabalha junto a esses estudantes. faz sentido pra mim.
agora, que eu acho difícil que essas maquininhas feitas para servir a terceiros se dêem às adaptações necessárias para que possam servir aos estudantes e aos educadores, eu acho sim. elas não se prestam nem pra trocarmos ideias mais elaboradas por aqui! :-(
também vejo o risco de que profissionais bem intencionados não compreendam o alcance do dano que esses colonizadores podem trazer, porque, ainda que sejam muitíssimo competentes profissionais de educação, não se espera que sejam especialistas em aspectos computacionais (segurança, programação), políticos (manipulação, corrupção), econômicos (interesses coloniais imperialistas, capitalismo de vigilância), sociais (promoção de apatia e dependência), ... e, como profissionais de segurança sabem bem, o elo mais fraco de uma corrente é aquele em que se concentrarão os esforços para quebrá-la. noutras palavras, qualquer debilidade será o ponto que os exploradores utilizarão para entrar e explorar. como já vi acontecer em escolas em que isso não podia acontecer, e até uma criança de 11 anos era capaz de entender e palestrar a respeito, mas os gestores da escola foram irremediavelmente encantados, corrompidos e colonizados, entregando crianças inocentes a abusadores tecnológicos :-( E não havia ainda (que eu saiba) algo como Mission:Libre, o novo nome do LaunchLibre