Embed Notice
HTML Code
Corresponding Notice
- Embed this notice> significa também a exclusão de mães
sabe que eu fico desapontado com o que me soa como um machismo tão profundamente enraizado nessa conclusão?
eu lembro de ficar chateado com político fazendo discurso de que oferecer creche é pra mulher poder trabalhar, o que pra mim é machismo estrutural. um colega meu criou a filha sozinho. outro deixou o trabalho pra cuidar das crianças quando precisaram e a companheira tava super bem no trabalho dela. fora amamentação, que (ainda) fica difícil de dividir, cuidar das crianças, numa sociedade não sexista, não era pra ser coisa associada só nem primariamente à mãe. eu até entendo que, dentro de uma sociedade ainda super machista, o feminismo clame por direitos para mães relacionados ao desequilíbrio nas expectativas de cuidados infantis, mas me soa contraditório com demandas mais fundamentais de equilíbrio de direitos e obrigações. pode ser meio utópico, mas sonho como o dia em que nós feministas não precisemos lutar por direitos que só ganham relevância diferenciada em razão de desigualdades mais profundas. mas eu consigo vislumbrar desde já um feminismo mais utópico, de longo prazo, que não inclua essas pautas que de certa forma aceitam esse machismo estrutural. tô viajando?