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- Embed this noticefiquei surpreso com a discordância. não quero sobrecarregar você me explicando por que, então vou expor as justificativas do meu pensamento anterior pra você apontar onde escorreguei (ou, vá lá, onde discordamos mesmo)
a carga machista dos idiomas latinos é um problema frequentemente contornado com a preferência por palavras sem flexão de gênero
acreditando que bacharel tinha essa característica, ela soava pra mim como parte já resolvida do problema
entendo e compartilho o valor feminista da adoção e promoção de termos como presidenta, e imagino que a mesma lógica se aplique a bacharela. talvez meu erro esteja aqui, em pensar que presidenta foi uma grande conquista, porque era um espaço de poder jamais ocupado por uma brasileira, enquanto bacharel não chega pra mim com uma conotação suficientemente positiva que valesse a pena tratar como conquista feminina, apesar de entender que a desigualdade também existe ali.
com essa diferença de percepção de valor entre presidenta e bacharela, pareceu-me que promover o termo bacharela estaria de certa forma criando (ou, como o termo não é novo, reforçando) um termo com flexão de gênero onde hoje temos um entendimento (não respaldado pela norma) de que o termo mais em voga não sugere gênero. nesse sentido, me parece um passo que introduz/resgata um problema de não-neutralidade de gênero que terá de ser resolvido depois, mas que no estado inicial já estava resolvido. por isso me pareceu retrocesso linguístico.