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   Mile (mile@ursal.zone)'s status on Monday, 05-Dec-2022 01:54:30 JST Mile

   Hoje (3 de dezembro) é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (instituído pela #ONU em 1992).

   Vou aproveitar para deixar uns “toques” para as pessoas sem #deficiência:

   1. O correto é pessoa com deficiência (ou simplesmente a sigla #pcd), não chamem ninguém de deficiente;
   2. Descrevam imagens e legendem vídeos, é o mínimo;
   3. Anão é um termo pejorativo, o certo é pessoa com #nanismo;
   4. Pessoas com deficiência física não são aleijadas, inválidas ou qualquer outro termo ofensivo do tipo.

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     Alexandre Oliva (lxo@gnusocial.net)'s status on Monday, 05-Dec-2022 01:54:29 JST Alexandre Oliva

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     celebremos! legal você compartilhar essas dicas. usar termos que não sejam percebidos como ofensivos é uma questão que me atormenta. falando com gente de locais distantes, num idioma ou outro, eu sempre fico com receio de usar um termo que tenha sido estigmatizado e então rejeitado em favor de outro que, para um desavisado (deficiente de conhecimento?) como eu significaria a mesma coisa, mas que pra quem ouve ou lê, pode ser a diferença entre o termo escolhido por aquela comunidade naquela geração e o termo rejeitado por se o considerar agora profundamente ofensivo. aí tem gente que responde ao engano inocente com uma voadora no nariz, atribuindo uma intenção de ofender que não houve, mas que ainda assim chegou a quem ouviu. é um problema complicado porque significados são arbitrários, convencionados, variáveis no tempo e no espaço. como pablo explicou recentemente, literalmente qualquer coisa pode ser gatilho, e aqui acho que o mesmo se aplica: qualquer palavra, por conta de significados e estigmas a ela associados, pode virar gatilho pro grupo atingido, depois ser reapropriada e ressignificada numa região mas não noutra, e entendo que cansa para qualquer grupo ficar ensinando, especialmente pra quem não quer aprender nem respeitar. mas e pra quem quer? adoraria um caminho para respeito mútuo, sem presunção de ofensa mas também sem onerar quem não merece. não vejo solução senão viver perigosamente :-) e aprender sempre
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     Alexandre Oliva (lxo@gnusocial.net)'s status on Monday, 05-Dec-2022 05:47:15 JST Alexandre Oliva

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     tem disso mesmo. mas eu até entendo um pouco e isso é parte do meu tormento. há tantos grupos desprivilegiados lutando por direitos, cada qual desenvolvendo jargão próprio, que fica bem difícil pra uma pessoa comum aprender sequer uma pequena fração de todos esses jargões e convenções. a gente vai aprendendo o que dá, o que aparece, e mesmo quem queira se tornar especialista num nicho ou noutro vai dificilmente superar o conhecimento superficial nos demais.
     o que mais me tortura é quando as recomendações de grupos diferentes são contraditórias. imagine, por exemplo, se pessoas de pele clara fossem um grupo discriminado, mas num país eles rejeitassem o termo "branco" por ser associado à memória ruim, enquanto noutro rejeitam o termo "alvo" por ser associado ao militarismo num país extremamente pacifista. aí vc quer escrever um texto pra ser lido por uma audiência global, incluindo os dois países, faz como? recorre a uma terceira expressão, "pessoas de pele clara", e descobre que um terceiro pais convencionou de rejeitar esse termo porque não são transparentes como a clara do ovo. eu fico maluco com essas coisas
     pode parece que estou brincando porque escolhi usar uma situação fictícia, mas no meu mundo isso é bem real. na luta por direitos humanos de controlar programas de computador, há quem dê chilique se falar de software livre, de gnu; na facção original da qual faço parte, é ofensa nos identificar como do código aberto, ou chamar o gnu de linux
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     Mile (mile@ursal.zone)'s status on Monday, 05-Dec-2022 05:47:16 JST Mile

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     • Alexandre Oliva

     @lxo
     Uma coisa que eu acho que falta para as pessoas que estão em grupos privilegiados é ter contato e convivência com as pessoas dos grupos minoritários, aprender a ouvir, acompanhar o que essas pessoas estão falando na Internet o tempo inteiro, todos os dias. Tem inúmeros criadores de conteúdo que são pessoas com deficiência e estão o tempo inteiro falando sobre termos e sobre capacitismo, mas as pessoas simplesmente não vão em busca dessas pessoas e desse conhecimento.