É muito dolorido pensar que existe uma possibilidade de que eu tenha passado a maior parte da minha vida em um processo depressivo e não tenha feito nada/tenha feito muito pouco para lidar com isso.
Logo eu, que sempre defendi tanto a importância da psicologia, que sempre indiquei pra todo mundo fazer terapia, que eu mesma fiz bastante terapia na vida.
Ainda assim, eu demorei todo esse tempo para perceber que eu tava muito fodida da cabeça, muito mais do que eu achei que estava, ou pra perceber que eu tinha que ativamente fazer algo pra sair daquele buraco. Enfim, que eu precisava de ajuda.
Eu não achava que era possível isso, sabe? Como pode eu estar beirando os 37 anos e ter estado em um processo depressivo pelo menos desde uns 15 anos (com altos e baixos, claro)?
Eu fui feliz na adolescência, tive muitos amigos, vivi muitas coisas e tal, mas essa sombra sempre existiu. Sempre foi muito fácil me derrubar, sempre foi muito fácil me questionar, me desvalorizar. Sempre foi muito fácil eu cair na vontade de deixar de existir, de achar que eu não era importante pra ninguém, que o mundo seria um lugar melhor sem mim.
E sem tratamento todo esse tempo. Como que eu sobrevivi a isso? Bizarro demais. :psycho:
(Eu tô bem, tá? Só reflexões pós-terapia mesmo rs)
Dito isso, o que me fez perceber que eu precisava de ajuda foi o show O Pai da Mentira, do Tiago Santinelli, cerca de um ano atrás. O show tá disponível no YouTube pra quem quiser ver. Tem gatilhos, é um show de comédia, mas toca em lugares muito particulares da gente. Vale cada segundo.