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   Diego (diegopds@bolha.us)'s status on Thursday, 14-Nov-2024 21:54:21 JST Diego

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   Na ocasião do "Patriota do Caminhão", ri à exaustão com os memes. Meus favoritos são: uma montagem com um frame do filme "Mad Max - Estrada da Fúria"; outro, com o caminhão de lado, o patriota olhando em nossa direção e, ao fundo, um satélite no espaço.

   Durante a Pandemia, três pessoas próximas, familares e/ou amigos tiveram delírios em diversos níveis. Muitos deles provocados por esse movimento de extrema direita que se alastrou no Brasil.

   Desde o negacionismo na área da saúde, passando também pelas teorias de conspiração. No caso de um deles, chegou num ponto sem retorno que a pessoa se descolou da realidade. Um duro golpe, pois senti como um "luto em vida", já que essa pessoa está "mentalmente morta".

   Com a não-recondução do presidente em exercício à época, resolvi manter estas duas figuras do meme, respectivamente na área de trabalho do PC e do smarpthone. Desta vez, o motivo não era mais humorístico, mas sim para me lembrar a que ponto a estupidez chegou neste País e jamais subestimá-la no futuro, para evitar que isso se repita.

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     Ulysses Almeida Neto (ulyssesalmeida@bolha.us)'s status on Thursday, 14-Nov-2024 21:54:19 JST Ulysses Almeida Neto

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     @diegopds no campo da leitura eu li "Psicologia das massas e análise do Eu" de Freud. Leitura bem tranquila e ajuda muito a entender como o mecanismo funciona.... E, infelizmente, sugere que melhorar a educação pouco ajuda, uma vez que o indivíduo pode ter seu intelecto rebaixado ao integrar uma massa. Se tiver interesse, recomendo a tradução da Autêntica dentro do livro "O mal-estar na cultura", feita direta do original em alemão com participação de um psicanalista.

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     Diego (diegopds@bolha.us)'s status on Thursday, 14-Nov-2024 21:54:20 JST Diego

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     Isso mexeu muito comigo e busquei leituras para entender melhor este fenômeno. Comecei pelo livro "Agnotology: The Making and Unmaking of Ignorance", editado por Robert N. Proctor e Londa Schiebinger. São diversos ensaios acadêmicos, relativamente densos. Do lado dos que enganam, basicamente se trata da luta por dinheiro e poder.

     Já do lado dos "enganados", que não é tratado no livro, tenho a convicção de que, muita das vezes, não se trata de baixa escolaridade ou ignorância. Mas de uma incapacidade de enfrentar uma realidade "desencantada", muitas vezes dura (e, sempre, absurda). Nisso, dão uma de "Fox Mulder" do Arquivo X e vão pelo caminho do "Eu quero acreditar".

     É aí que mora o perigo. Essa crendice acrítica é uma vulnerabilidade no sistema (como um backdoor): uma porta de entrada para essas coisas, desde os "patriotas" até outros delírios fora desse contexto político-partidário, como alguns que presenciei acontecendo com pessoas próximas.

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     Diego (diegopds@bolha.us)'s status on Thursday, 14-Nov-2024 23:16:23 JST Diego

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     • Ulysses Almeida Neto

     @ulyssesalmeida Obrigado pelas dicas! Anotei aqui. Dele, acho que só tive contato com o "Mal-estar na civilização".

     E muito bem colocada essa frase: "o indivíduo pode ter seu intelecto rebaixado ao integrar uma massa". Vemos muito disso hoje em dia.

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     Ulysses Almeida Neto (ulyssesalmeida@bolha.us)'s status on Thursday, 14-Nov-2024 23:52:50 JST Ulysses Almeida Neto

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     @diegopds interessante você mencionar o mal-estar na civilização, que nessa versão virou mal-estar na cultura (e os tradutores explicam o motivo). O livro trás textos com a mesma temática e, embora escritos há mais de cem anos, continuam fazendo sentido e nos ajudam a entender esses fenômenos sociais recentes.

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     Diego (diegopds@bolha.us)'s status on Friday, 15-Nov-2024 06:57:39 JST Diego

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     • Ulysses Almeida Neto

     @ulyssesalmeida Legal! Até pensei que poderia ser o mesmo livro, mas confesso que nunca tinha visto sob este outro título. A edição que tenho aqui é aquela da Penguin / Companhia das Letras. Mas vou checar depois essa que você indicou também.

     Além do Freud, tenho interesse também em conhecer mais sobre o conceito de "Sombra" do Jung.

     Da forma como vulgarmente conheci seria mais ou menos assim: a pessoa se considera um "cidadão de bem" e que, portanto, só faz "o bem". Logo, mesmo quando começa a praticar crime ou fazer coisas reprováveis não as considera nocivas, pois é um "cidadão de bem" e estes só podem fazer "o bem".