A palavra iorubá para emoção é imolara, que significa "contaminado" ou "manchado", no sentido de ser permeado por confusão ou dualidade.
Certas emoções, como agressão ou ciúme, naturalmente consideramos dor. Mas e quanto ao amor e afeição, gentileza e devoção, essas emoções agradáveis, leves e amáveis? Não pensamos nelas como dolorosas; no entanto, elas implicam dualidade, e isso significa que, no final, são uma fonte de dor.
A palavra iorubá para amor é Ifé, mas não o amor como entendemos no Ocidente. O amor iorubá implica unidade do coração e de todo ser. Então amar em iorubá é se torna um com aquilo mesmo que você diz, escolhe e tem também um endereçamento com o outro. O amor iorubá implica pactos que não podem ser quebrados e sobretudo implica sua responsabilidade com o outro, sem qualquer dualidade.
O laarinpa é o peregrino que viaja para dentro, sem sair do lugar, porque ele entende que o lugar que ele precisa estar é exatamente onde ele está. Ele logo entende, que não precisa fazer nada, não tem nada pra fazer a não ser compreender / acolher sua condição natural, sua real natureza. Isso porque tudo já está, tudo já é perfeito, todas as coisas já estão acontecendo. Reconhecer nossa real natureza é tomar consciência da nossa condição natural, genuína, da nossa condição Ifé, de amor e unidade, inteireza.
No Ocidente a mente é dualista, para os iorubá a mente precisa encontrar sua unidade e inteireza. A mente dualista ocidental inclui quase todos os pensamentos que temos. Por que isso é doloroso? Porque é equivocado. Toda mente dualista é uma mente equivocada, uma mente que não entende a natureza das coisas. Então, como devemos entender a dualidade? É sujeito e objeto: nós mesmos de um lado e nossa experiência do outro. Esse tipo de percepção dualista é equivocada, como podemos ver no caso de pessoas diferentes percebendo o mesmo objeto de maneiras diferentes. Um homem pode pensar que uma certa mulher é bonita e essa é a sua verdade. Mas se isso fosse algum tipo de verdade absoluta e independente, então todos os outros também teriam que vê-la como bonita. Claramente, esta não é uma verdade independente de todo o resto. Depende da sua mente; é sua própria projeção.
Ori é a unidade na sua totalidade, então okan (mente / coração), ọkàn (consciência), ẹyọkan (unidade) - tudo isso é uma inteireza. O Ori é essa inteireza que reúne todas as coisas numa unidade profunda. Ori rere (cabeça saudável) é a inteireza do ser destituída de qualquer dualidade. Extirpar dualidades que nos adoecem, é manter a cabeça saudável (Ori Rere).
A mente dualista (olokan meji) cria muitas expectativas — muita esperança, muito medo. Sempre que há uma mente dualista, há esperança e medo. A esperança é uma dor perfeita e sistematizada. Temos a tendência de pensar que a esperança não é dolorosa, mas na verdade é uma grande dor. Quanto à dor do medo, não é algo que precisamos explicar.
Vocês justificam os próprios atos egoístas (nota-se que são atos que surgem de todo ego) pelo diagnóstico de algum transtorno ou doença? Vocês já pararam pra pensar que já fizeram ou ainda fazem isso? Como lidam com a situação refletindo sobre isso?
eu gosto das pessoas aqui por conta de seus Nicks... o afeto ou amor platônico começam por aí... o Nick é massa? gostei! o Nick é massa e o avatar é maluco? xonei.
Militante do software livre e justiça. Formada em história, feminista e comunista. Complexa e multi estratificada.Também chamada de Ayedun Awolola - Isese Lágbà - Tradicional Ifá - Yoruba Intensa, mutável, doadora de serotonina e medula óssea.TDAH pulsando na minha alma.Errada e errante.Aos 32 anos eu resolvi prestar vestibular pra Sistemas de Informação, simmmmmm, passei na federal e estou aqui penando. 🤣Apaixonada com chocolate ao leite, interação humana, tecnologia, gatinhos, cachoeira, lua, mato e jogos.