A Educação Superior no Brasil desenvolve ações para ser cada vez mais inclusiva. A presença da diversidade estudantil, o reconhecimento da necessidade de preparar os docentes e a pesquisa nessa direção evidenciam alguns esforços que estão sendo realizados. A questão central que guia a pesquisa é: Como transcorre a vida universitária de um estudante surdocego e migrante no Brasil? Tem como objetivo refletir sobre o olhar, a análise e a visão de um estudante surdocego e migrante em seu ingresso, trajetória e atualidade pela Educação Superior no Brasil, a partir essencialmente da narrativa de sua experiência pessoal. Assumem-se alguns marcos legais e outros pressupostos teóricos sobre a inclusão de pessoas surdocegas. Do ponto de vista metodológico, baseia-se na perspectiva qualitativa com foco na narrativa autobiográfica. São mostrados os avanços, as limitações e as segregações encontradas durante o período pré, durante e pós-pandêmico em sua vida universitária. As narrativas e os eventos vivenciados concluem reconhecendo avanços na inclusão de pessoas com deficiência na Universidade, e emergem aprendizados que levarão a transformar certas práticas de discriminação estrutural em torno de pessoas com deficiência, bem como dar voz aos alunos em seu processo de formação.