a propósito, eu elaborei um pouco mais os pensamentos no outro fio em inglês que referenciei, caso tenha interesse
quanto a este fio, estou ficando preocupado pela falta de resposta da @mile. será que minha pergunta tinha alguma ofensa que eu não pretendia e nem fui capaz de perceber, ou será que ela só não viu a pergunta ainda?
foi isso mesmo, pelo jeito respondi à minha mensagem na cabeça do fio, em vez de responder pra você, doh!
em https://gnusocial.net/conversation/7498358#notice-13092460 você deve conseguir ver a pergunta, mas acho que não vai da rpra responder lá. fique à vontade pra responder a esta mensagem mesmo. se quiser responder, claro ;-)
legal! uma das minhas encrencas com CoCs é que acabam sendo usados como códigos penais e alimentando o espírito de pequeno ditador que existe numa porção de gente. parece-me que viram punitivistas, em vez de encorajar o progresso em direção a uma melhor convivência. parece-me que recomendações, balizamentos e parâmetros de orientação evitam tanto o caráter punitivista quanto os reflexos anti-autoritários, sem perder o caráter de condução para uma convivência melhor
@lxo@mile ontem eu reescrevi o CoC da instância, que já estava me incomodando desde o início. Deixei os pontos proibidos que de fato fazem sentido para redução de liability, e para um mínimo de urbanidade. Mas rifei todas as sugestões do que você não deveria fazer. Ainda vou refinar mais. É um processo.
nossa, mas que resposta maravilhosa! estou super agradecido e contente por ter superado meu receio de perguntar assim pra alguém que mal conheço. acho que perguntei pra pessoa certa ;-)
muito obrigado por colaborar pro meu aprendizado pessoal e por desmistificar esse tema com tanta clareza
eu ainda fico com receio de perturbar ou ofender alguém usando algum termo que, pra pessoa, tenha um significado ofensivo. pra evitar causar esse tipo de sofrimento, todo conhecimento ajuda. *gratidão*
@lxo prática é exatamente a mesma coisa da bissexualidade. As pessoas quando se identificam escolhem bi ou pan muito mais por questões políticas ou de comunidade do que por qualquer outro motivo.
@lxo Só que lembra que eu falei que sempre foi um grupo marginalizado, né? Então houve — e ainda há — tentativas constantes de associar a bissexualidade a uma binariedade que não lhe pertence. Por tabela, tentam ainda hoje, por ignorância ou má-fé, rotular a comunidade bissexual como transexcludente. Isso fez com que para da comunidade, cedendo a essa bifobia, passasse a não mais querer se identificar com o termo. Daí rolou o surgimento da pansexualidade, que na (continua)
@lxo trans começou a conquistar sua tão merecida visibilidade, a bissexualidade estava ali também, como uma orientação que também incluía a atração por essas pessoas. E o termo foi se resignificando junto com a comunidade. Bissexualidade significa atração por qualquer (expressão de) gênero. Obviamente que indivíduos têm suas preferências e nem toda pessoa bi se atrai por todo mundo, né? Mas o termo bissexualidade é bastante abrangente nesse sentido e engloba todo mundo. (continua)
@lxo Então a bissexualidade surgiu como um termo guarda-chuva para englobar toda a galera não monossexual [isso é, quem se atrai apenas por um tipo de (expressão de) gênero]. E sempre foi uma orientação bastante marginalizada, inclusive dentro da própria comunidade. Pessoas bissexuais sempre foram vistas e representadas como indecisas e promíscuas, justamente por não se encaixarem nesse padrão de ser atrair apenas por homens ou apenas por mulheres. E quando a comunidade (continua)
@lxo Respondendo à pergunta, isso é só frescura semântica mesmo. Quando o termo bissexualidade surgiu, não havia os mesmos debates que temos hoje sobre sexualidade e gênero. Vale lembrar que a própria sigla da comunidade foi se modificando com o tempo à medida que a gente ia cada vez mais discutindo o assunto e incluindo grupos. Eu sou da época em que ainda usavam GLS (nem bi e nem trans estavam na sigla), depois virou LGBT e foi aumentando, LGBTI, LGBTQIA+, LGBTQIAPN+. (continua)