Bilhões para Big Techs, Migalhas para a Soberania Digital: O Brasil na Contramão do Mundo
Enquanto a ONU abandona o Google Workplace em favor de soluções livres, criptografadas e abertas como o CryptPad1, o governo brasileiro planeja gastar bilhões em licenças de software proprietário da Microsoft e do Google — num movimento que contraria a lógica da soberania tecnológica, da economia de recursos públicos e da segurança digital.
Em uma entrevista recente, a direção da Central de Compras Públicas federal referiu-se à exigência de “inteligência artificial” na nova licitação como uma “cerejinha no bolo”. Mas a pergunta que precisa ser feita é: de quem é esse bolo e quem realmente se beneficia da cereja?
A licitação bilionária limita-se às gigantes norte-americanas, deixando de fora opções consolidadas em código aberto como LibreOffice, Nextcloud, OnlyOffice. Nem a ferramenta fechada WP Office da chinesa Kingsoft teria vez na compra pública direcionada.
Oportunidade Desperdiçada
Em vez de usar parte desses recursos para fortalecer o ecossistema nacional de software, o governo parece disposto a aprofundar a dependência tecnológica.