Tenho o hábito irritante de comentar artigos de opinião sobre o #VotoElectrónico , desmontando os seus argumentos. Mas hoje não tenho paciência: se eles não se dão ao trabalho de estudar a matéria sobre a qual comentam, porque devo eu fazer o trabalho deles?
Do "voto papellum" hoje publicado no expresso, resumo-o todo a só uma citação:
"Em 2019 houve mais um projecto-piloto de votação eletrónica presencial, desta vez em Évora, nas eleições europeias. A adesão foi expressiva e a segurança do processo foi auditada pela Polícia Judiciária, MAI e Universidade do Minho. Um sucesso."
Um sucesso! O problema é que a experiência de Évora foi um desastre.
Não precisam de se fiar em mim, foi a #CNPD que o disse. "Protecção de Dados arrasa voto eletrónico", foi o título no Público, enquanto a TSF dizia que "Até o secretismo ficou em causa. Parecer arrasa experiência de voto eletrónico promovida pelo Governo". O problema não foi um, nem foi um molho de coisas pouco graves. Não. Houve falta de anonimato no voto. Máquinas com selos rasgados. Depois do voto houve acesso aos dados. Num inúmero conjunto de problemas, a Comissão Nacional de Protecção de Dados enlencou várias falhas que classificou de inadmissíveis.
Mas enquanto continuarmos a ignorar o que não nos convém, o debate dobre o tema não nos leva a lado nenhum.