Cabra Marcado Para Morrer (1984). O filme começa contando a história João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, mas as filmagens foram interrompidas em 1964 por causa do golpe militar. O trabalho é retomado 17 anos depois, recolhendo depoimentos da mulher de João Pedro, Elizabeth Altino Teixeira, que desde dezembro de 1964 vivera na clandestinidade. E também dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens. Reconstruiu-se assim a história das Ligas camponesas de Galiléia e de Sapé.
"Diante de tudo isso, longe de nos paralisar, agimos."
(roubado pra traduzir e porque o original não tinha descrição de imagem)
#8M2025: Nem a Terra nem nossos corpos são território de conquista
"Como todos os anos, comemoramos o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, destacando e tornando visível a luta e a reivindicação dos direitos das mulheres e de outros dissidentes - pessoas com subjetividades que desafiam os mandatos de gênero estabelecidos - para que possamos viver uma vida plena de autonomia, justiça social e liberdade em harmonia com o planeta.
Vivemos em uma época de grandes desafios. Enquanto a agenda internacional é dominada pelo genocídio do povo palestino; pelas medidas do presidente dos EUA, Donald Trump; pela guerra devastadora pelo controle dos recursos na República Democrática do Congo - cuja origem remonta à pilhagem durante a época colonial -; pela perseguição de povos nativos - como o povo Mapuche - e pelo avanço da extrema direita - que tem como alvo migrantes e habitantes do Sul global, mulheres ou pessoas LGTBIQ+ - em nosso território também estamos vivendo momentos convulsivos.
(...)
“Nem a terra nem nossos corpos são um território de conquista”. Com essa ideia compartilhada, queremos dizer:
Que nosso território é composto pelo espaço físico e simbólico no qual desenvolvemos nossas vidas em relação ao resto das pessoas e ao mundo vivo; e que nosso primeiro território habitado é nosso próprio corpo. Portanto, exigimos que ele seja tratado com respeito e dignidade. Nem o corpo nem o território das mulheres são propriedade exclusiva de ninguém, mas espaços de autonomia, de criação e cuidado com a vida, de luta e reivindicação.
Que as relações de opressão sobre a natureza têm as mesmas raízes que a opressão contra as mulheres. Sabemos que o sistema neoliberal se baseia em guerras extrativistas; que o capitalismo e o patriarcado são predadores, cujo objetivo é se apropriar dos recursos naturais cada vez mais escassos do planeta e aniquilar os modos de vida e as culturas locais no Sul e no Norte globais; e que ele sistematicamente oculta os espaços e as pessoas que sustentam a vida, despossui povos, destrói territórios e criminaliza a resistência.
Também sabemos que a violência contra as mulheres é universal: ocorre em todos os territórios habitados e é a violência mais difundida em todas as sociedades, apesar do fato de que realizamos o trabalho de sustentar e cuidar da humanidade e do resto do mundo vivo, mesmo que isso nem sempre seja uma opção de escolha.
Portanto, CAMINHAMOS com a certeza de saber que a violência que o patriarcado exerce contra nós não será um obstáculo para deter nossa rebelião e nossa resistência feminista.
A frase do título é da brasileira Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, deputado federal cassado pela ditadura militar que oprimiu o Brasil de 1964 a 1985. Ele foi retirado de sua casa, torturado e assassinado nas dependências do exército em 1971, mas sua família só conseguiu obter um atestado de óbito após 25 anos de muita luta. A história real de Eunice e sua família é contada no longa-metragem Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. A vitória, comemorada (quase) como a final de uma Copa do Mundo no Brasil em plena catarse carnavalesca, encontra hoje cinco crianças sem o corpo do pai para enterrar; um país com um presidente de centro-esquerda encurralado pela extrema direita, em grande parte defensor dessa mesma ditadura; um país com um presidente de centro-esquerda encurralado pela extrema direita, em grande parte defensor dessa mesma ditadura; nenhum dos cinco autores identificados punido, demora que já permitiu que três deles morressem sem responder pelo crime; a corrosão global da democracia, explicitada em uma cerimônia do Oscar sem nenhuma crítica contundente ao horror cotidiano praticado por Donald Trump e Elon Musk, como se os artistas abdicassem de sua responsabilidade pública e espontaneamente colocassem a mordaça. A covardia parece ser uma das crueldades extras do novo fascismo.
Muitos esperam que o apoio e as comemorações da vitória unam, ao menos por um momento, um Brasil profundamente dividido, onde a possibilidade de diálogo está rompida. Mas, como Eliana Paiva, uma das filhas, lembrou em entrevistas, o filme é sobre um assassinato brutal. E sobre um corpo não enterrado. Que aponta para muitos outros corpos não enterrados.
Ao contrário de países como a Argentina, o Brasil não julgou os crimes da ditadura militar. A falta de responsabilização, que até hoje permite que os torturados encontrem seus torturadores na padaria da esquina, está no DNA da extrema direita representada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. O filme premiado, que faz memória em um país que optou por apagá-la, é mais um pequeno ato de resistência. “Vivemos em uma época em que a memória está sendo apagada como um projeto de poder, então criar memória é extremamente importante”, disse o diretor à imprensa após a cerimônia.
A campanha do Oscar - e antes disso outros prêmios, como o Goya de melhor filme ibero-americano e o Globo de Ouro de melhor atriz para Fernanda Torres, que interpreta a protagonista Eunice Paiva - estourou bolhas e já levou mais de cinco milhões de brasileiros aos cinemas. Infelizmente, isso não se traduz em mais horror contra os torturadores e assassinos, que continuam a atacar os negros pobres nas favelas e periferias do Brasil, nas delegacias de polícia e nas prisões.
O filme de Walter Salles merece todos os prêmios, mas seu sucesso de público é uma prova de que as elites brasileiras (e mundiais) ainda acham mais fácil se identificar com uma família branca, de classe média, com uma mãe de cinco filhos dedicada ao lar e à família. As investigações da Comissão Nacional da Verdade revelaram 434 mortos e desaparecidos, a maioria deles brancos. A ditadura exterminou pelo menos 8.000 indígenas.
Para ser eficaz, a memória não pode ser seletiva. Eunice Paiva entendeu que as desigualdades também estão presentes na esquerda progressista. Após a violência contra sua família, ela se formou em direito e trabalhou por muitos anos para proteger os povos indígenas e seus territórios na Amazônia.
“Vamos sorrir. Sorriam” é um mantra de resistência. Eunice Paiva escolheu a vida, e essa é a escolha mais revolucionária, a que todos nós devemos fazer neste momento em que a democracia e o futuro humano no planeta-casa estão sob ataque.
As investigações da Comissão Nacional da Verdade revelaram 434 mortos e desaparecidos, a maioria deles brancos. A ditadura exterminou pelo menos 8.000 indígenas.
Para ser eficaz, a memória não pode ser seletiva. Eunice Paiva entendeu que as desigualdades também estão presentes na esquerda progressista. Após a violência contra sua família, ela se formou em direito e trabalhou por muitos anos para proteger os povos indígenas e seus territórios na Amazônia.
Tomboy (Céline Schiamma, 2011). O filme conta a história de uma criança que se apresenta como Mikäel quando seus novos vizinhos se dirigem a ela pela primeira vez com pronomes masculinos. É verão e os pais de Mikäel, juntamente com sua irmã mais nova, acabaram de se mudar para um novo apartamento nos arredores de Paris. Mikäel aproveita esse recomeço como uma oportunidade para se expressar de uma maneira diferente, tirando a camisa ao jogar basquete com os outros meninos, participando de lutas livres e aproveitando a liberdade que vem com essa experiência. #TerCinema https://m.imdb.com/pt/title/tt1847731
@bibi é a mesma coisa. Pra mim a mensagem é que toda mulher precisa encontrar seu príncipe encantado para ser salva e que Ani também pode ser salva, ela só precisa encontrar o cara certo, um cara bom. Muito subversivo né :chick_grumpy_rain:
@bibi também não, virou só ruido... Eu gostei muito dos filmes anteriores dele. Em anora i que me pega é que vendem como uma subversão de filmes tipo pretty woman sendo que ...
@bibi acho que não... O seu incômodo e mais sensorial ou estético? Pq pra mim as vezes penso que pode ter a ver com cansaço (ou desconforto) com coisas muito "barrocas" (no sentido do exagero, por exemplo queen na música kkk dsclp, mas tem outas coisas mega barulhentas q gosto, é difícil explicar). Li criticas falando do desenho de som de Anora, de quanto trabalharam, conceitual... Mas não consegui "sentir" isso, pra mim sobra. Não sei se é cansaço de ver muita coisa com muito exagero e pouca história. Enfim, só perguntas nenhuma resposta :bolaShrug: Mas gostei do filme no geral (tirando o barulho e umas cositas com a evolução da protagonista). Legal seu post, tô aqui quebrando a cabeça.
@bibi nossa, sim, só atentei que era o som agora que vc falou... ultimamente eu fico meio cansada pq acho os trem muito "barulhento" visualmente mas nesse caso é barulho de som mesmo
A fila dos bonitos é aquela de láAltFoto de perfil: mulher de 43 anos, latina de pele clara, cabelo escuro na altura da clavícula. Olha pra baixo, na mesa tem uma vela e uma bebida amarelada turva com gelo, hortelã e dois canudos de papel preto. Está num bar, ao fundo há um espelho com desenhos de coquetéis. Devia fazer calor pois camiseta sem manga.Foto da capa: campo de cerrado que se interrompe pocos metros a frente, parece alto. Ao fundo um mar de morros até o horizonte. Alguns com cobertura, outros desmatados, vários tons de verde. O céu está azul.