O tema da misoginia em adolescentes homens está sendo bastante discutido com a minissérie “Adolescência” da Netflix, que ainda não tive tempo de assistir.
O que ninguém fala, porém, é que o caminho pra misoginia começa muito antes. O adolescente que curte versões nacionais do Andrew Tate foi uma criança que se acostumou ao ambiente virtual agressivo com Youtubers que conciliam games, personagens em vídeos e comportamentos inadequados, estilo o Enaldinho, que é um dos grandes nomes para idades entre 7 e 9 anos.
E mesmo essa galera começou a usar telas ainda mais cedo, entre 4 e 6 anos, tendo acesso a influenciadores igualmente questionáveis como Lucas Netto e Gato Galáctico.
E não tem solução fácil estilo “proíbe as crianças de usar celular” que dê jeito. Tá no contexto social delas já.
Acho que finalmente, depois de 25 anos desde os primeiros fóruns de discussão, 20 anos de Orkut, 15 de Twitter e uns dez de Instagram, estou me sentindo velho demais pras redes sociais. Não tenho vontade de ler e postar mais nada e só não deleto tudo pra não perder contato com gente querida.
Hoje seria o aniversário de 53 anos da Adriana Dias. Passamos o aniversário passado com ela no hospital. Nessa semana, em que também perdemos o Marcelo, convém lembrar da enorme força desse casal para combater a extrema direita por anos a fio e honrar a memória de ambos
Num mundo não capitalista, as inteligências artificiais seriam celebradas como uma forma de nos livrarmos de trabalhos invariavelmente chatos e termos mais tempo de trabalhar nossa criatividade enquanto humanidade. Mas o capitalismo concentra renda e nos faz ter medo de perder o emprego
É um negócio maravilhoso quando o seu orientador é um orientador de verdade. Eu mando os textos pra ele e ele manda umas soluções simples que melhoram demais a clareza do que eu escrevi, é um baita privilégio ser bem orientado assim
Eu nem gosto de me meter em treta de rede social, pra isso já tem o Twitter.
Dito isto, é VERGONHOSO o que está sendo feito com a Ursal por instâncias como a colorid.es, a Mastodon.art e a bantu.social.
É vergonhoso inclusive justificar esse block com palhaçada de content warning sobre política. Eu vim do Twitter, o certo era não ter content Warning sobre nada, só como exceção, e particularmente acho que essas instâncias só estão de palhaçada porque a Ursal ganhou popularidade aqui.
Já administrei fórum de discussão o suficiente no início dos anos 2000 pra saber que grande parte das pessoas em funções de moderação é guiada por ego inflado e vontade de aparecer. Se isso já causava problema em fóruns pequenos com mil frequentadores, imagina numa rede social totalmente construída nesse contexto. Óbvio que vai dar merda e quanto mais gente chegar mais merda vai dar.
Até porque eu reitero: a regra do content warning de muita instância aí é uma excrescência.
Eu me sinto um senhorzinho idoso com o uso generalizado do termo “Crush” pras pessoas se referirem às paqueras ou a qualquer local da gray zone entre o interesse inicial e o namoro em si
Uma coisa que me deixa inseguro e afasta muita gente do Mastodon é essa história de colocar content Warning em um monte de temas que várias instâncias tem como regra. Pra mim o content Warning devia ser só um “trigger alert”, pra assuntos sensíveis, e não um negócio para assuntos triviais estilo “vou falar de política e colocar CW porque eventualmente pode ser que alguém se incomode”.